Furto milionário no BB completa dois meses e casal continua preso no RS; relembre o crime
14/01/2025
Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, foram presos pela PRF na cidade de Santa Maria com cerca de R$ 1,5 milhão. O casal seguia em fuga para o Uruguai. Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, foram presos pelo furto de R$ 1,5 milhão em agência do Banco do Brasil em Vitória
Reprodução
Dois meses após o furto de R$ 1,5 milhão de uma agência do Banco do Brasil, em Vitória, no dia 14 de novembro, o casal suspeito do crime, Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, continua preso no Rio Grande do Sul.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (14). A mulher está no Presídio Regional de Santa Maria, já o companheiro na Penitenciária Estadual de Santa Maria.
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O casal foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-158, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, no dia 18 de novembro. Eles transportavam R$ 1,5 milhão em um Jeep Renegade que foi interceptado após informações indicarem que o homem, funcionário da agência bancária, estaria fugindo com o valor desviado da unidade.
Funcionário de banco furta R$ 1,5 milhão de agência, tenta fugir para o Uruguai e é preso
No Espírito Santo, a Polícia Civil informou que o inquérito policial foi concluído ainda em novembro de 2024 e relatado do Poder Judiciário e que a necessidade de recambiamento de presos é uma decisão judicial.
O g1 apurou que pedido de recambiamento foi feito à Justiça do Rio Grande do Sul há cerca de um mês.
Sobre esse trâmite, o advogado criminalista, Rivelino Amaral, explicou que a regra válida para todos os casos é que a pessoa fique presa no presídio mais próximo de onde do processo corre, que é onde o crime aconteceu. Ou seja, neste caso do furto milionário, certamente o casal será transferido para Vitória. Além disso, comentou um provável motivo para o prazo que se passou até o momento.
“Como o furto foi em Vitória, a competência é da Vara Criminal de Vitória, então devem ficar presos perto do Fórum da capital. Quando o juiz marcar audiência fica mais fácil o deslocamento, diminuem os custos. Esse tempo de dois meses pode ser em decorrência desse ato de fim de ano, o Natal, o Ano Novo podem ter atrasado o processo, mas ainda é um prazo razoavelmente normal para esse período”, explicou.
Já depois da condenação, o entendimento muda.
“Quando são condenadas, depois que o processo transita em julgado, a regra é que as pessoas fiquem próximas à família para que possam ter acesso receber visitas”, pontuou.
Rivelino acredita que talvez esses trâmites mudem no futuro, já que, cada vez mais, audiências são realizadas por vídeo, mas, atualmente, a regra é essa.
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O especialista reforçou que esse trâmite depende da comunicação do Poder Judiciário, no caso, de uma comunicação do Fórum de Vitória com o Fórum da localidade da prisão no Rio Grande do Sul.
“O Judiciário determina quando vai ser feito, podendo valer-se das polícias para auxiliar na transferência, como a Civil, a Federal. É preciso uma equipe se deslocar daqui para lá, verba, definição sobre avião, viatura, é um cenário que precisa ser analisado, estudado. Implica também no envolvimento da Secretaria de Justiça, que executa a transferência através das suas polícias penais e também vê se está tudo preparado aqui, para qual unidade vão, se tem vaga", apontou.
O Tribunal de de Justiça do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo foram procurados para comentar se existe previsão para a transferência do casal para o estado capixaba, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Relembre o caso com a cronologia abaixo:
24 de outubro - quinta-feira
Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, fez a publicação um mês antes do crime que, segundo a polícia, ela planejou com Eduardo Barbosa Oliveira.
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Paloma fez a sua última publicação nas redes sociais antes de ser presa. Ela postou um vídeo do casal com a legenda “Eu amo você e topo o nosso plano”.
Na publicação, o casal aparece rindo em um momento de descontração, ao som de uma música chamada “Nosso plano”.
14 de novembro - quinta-feira - dia do furto
Paloma tentou comprar um carro de R$ 74 mil em dinheiro. Funcionários estranharam o fato dela ter dito ser doméstica, mas estar com o valor total em espécie. A loja não aceitou o pagamento.
Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, de roupa roxa, esteve na agência do marido no dia do crime. Eduardo aparece em pé, com as mãos apoiadas no mobiliário.
PCES
Sendo obrigada a realizar um depósito para conseguir concluir a compra, a mulher foi até a agência onde o marido trabalhava, por volta das 15h14, mas fingiu não conhecê-lo, segundo o vendedor do veículo.
No mesmo dia, imagens de câmeras de segurança da agência divulgadas pela Polícia Civil mostram a movimentação de Eduardo, no fim do expediente.
Por volta das 17h, o homem saiu da agência com uma caixa de papelão nas mãos; segundo a polícia, dentro da caixa estava o dinheiro furtado da tesouraria. Sem saber, menor aprendiz ajudou o gerente a sair com o dinheiro da unidade.
Em algum momento antes de deixar o trabalho, Eduardo trocou a senha do cofre da agência.
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Neste dia ainda, Eduardo fez contato com a ex-mulher, entregou R$ 20 mil e passou um carro para o nome dela, como uma espécie de acerto de contas do divórcio deles.
15 de novembro - sexta-feira
A agência não funcionou devido ao feriado da Proclamação da República. Eduardo não se comunicou com nenhum colega.
16 de novembro - sábado
Segundo a Polícia Civil, o casal fez a mudança do apartamento onde morava, em Vitória.
18 de novembro - segunda-feira - dia da prisão
Eduardo não foi trabalhar e os colegas não conseguiram contato. A gerente da Agência Central do Banco do Brasil, em Vitória, procurou a polícia e registrou um Boletim de Ocorrência (BO).
Colegas de funcionário de banco que furtou R$ 1,5 milhão estranharam falta no trabalho e mensagens sem resposta.
TV Gazeta
Policiais foram até a Agência Estilo, na Praia do Canto, bairro nobre da capital, e identificaram através das imagens das câmeras a conduta suspeita do casal no dia 14.
Descobriram que os R$ 74 mil foram utilizados para adquirir um carro, foram à concessionária onde Paloma fez a compra e conseguiram identificar o modelo e a placa do automóvel.
As informações foram compartilhadas com a PRF, e o casal foi preso em menos de três horas após a denúncia.
Não foi divulgado quando Eduardo e Paloma saíram de Vitória, mas, a dupla foi detida pela PRF, no Rio Grande do Sul, após dirigir por 2200 km, de Vitória até Santa Cruz, cidade gaúcha.
Ao serem presos, os dois estavam a aproximadamente 247 km da fronteira do Brasil com o Uruguai, destino traçado para a fuga.
No porta-luvas do veículo, dentro de uma nécessaire, foram encontrados 14g de skunk, que a passageira disse ser dela.
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Quanto aos valores encontrados, o condutor informou ser a origem da venda de um imóvel e da rescisão contratual com o banco em que trabalhava.
A passageira, indagada sobre o mesmo assunto, informou ser uma ‘economia’ somada à venda de um imóvel. Disse que trabalhava como frentista em um posto de combustíveis e afirmou, ainda, ter comprado o veículo no qual se deslocavam à vista.
Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e a esposa, Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, planejaram o roubo de R$ 1,5 milhão do Banco do Brasil e a fuga pra o Uruguai, segundo polícia. Espírito Santo
Reprodução
O dinheiro foi encontrado em uma mala, mas também espalhado pelo veículo, como maços de notas no pneu estepe. No total, 10,3 mil notas foram apreendidas, entre reais, euros e dólares. As cédulas e o veículo foram apreendidos.
A dupla levava um gato e um cachorro, que foram encaminhados para uma ONG, para para receberam cuidados provisórios.
19 de novembro - terça-feira
O casal foi autuado por receptação, furto continuado e tentativa de evasão de divisas e teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia.
Quem são Eduardo e Paloma?
Eduardo Barbosa, de 44 anos, foi denunciado à Justiça do Espírito Santo por furto qualificado e lavagem de dinheiro. Ele e Paloma Duarte, de 29 anos, furtaram R$ 1,5 milhão de uma agência do Banco do Brasil em Vitória.
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Eduardo Barbosa era funcionário concursado e trabalhava no banco há 12 anos. Antes de ser preso, ele desempenhava o cargo de gerente de módulo (antigo tesoureiro) na Agência Estilo, na Praia do Canto, em Vitória, bairro nobre da capital.
Em uma publicação nas redes sociais, o homem disse que estava casado com Paloma desde dezembro de 2023. Não há informações sobre a profissão de Paloma.
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